quinta-feira, agosto 31, 2006

FOTONOVELA DOS LIMITES.

(AQUI DEVERIA TER UMA IMAGEM, MAS NÃO COUBE, ACHO QUE NÃO CABE MAIS...que merda é essa, de limites na vida, quando se faz uma opção. Era uma imagem sim, desagradável, mas então June Miller iria me dizer, como um dia disse para Henry:

[ tudo que você toca fica FEIO !!! ]

{ Minha cara, você continua linda ( espelho ??!!!) e eu digo mais, vamos logo viajar ? Não vejo a hora de dar no pé, porra !}

Só de vingança, faço aqui um desenho letrado:

UOUOIUOOI
UUOIUO
OIUUOI
UUIOOPIOU
UOOIOOIOI
OUOIOUOU
OUOIUOIUI
UOIOOOI
TYUUIIIUOY
GHJJGGJH
UIYU ( eu estava lá, na LOUCA, é na LOUCA, naquele INFERNINHO e todo mundo falando e falando ao mesmo tempo e tava ficando tudo tão HIStÈRICO - Marina Lima em tradução de LAURIE ANDERSON - Vestidinho Vermelho, que botei pra você ( vc ) ver, o sapatinho novinho que combina com vc ( você ), 500º de febre...

O desenho pode ser visto como uma onomatopéia de Orgasmo.

E também, só de viooo(lenta)ngança,
passo esse link:

http://sitedocid.zip.net

E quando for criar personagens,
meu nome nunca será
Kléber.


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COLA EM MIM ( control CP, PC )
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Eu vou delirando teatros que envo
lvam apenas nós dois:
- O que você pensa disso?
- Nem sei o que falar. Que touca é essa? E aquela barriga nojenta no ORKUT ?
- Penso em fazer outra montagem, ainda pior.
- cat
- pira.
- Quem fala o que aqui ?
- Quem fala o que aquis ?
- Quero.
- Mas acho que temos uma promessa.
- Só sei ver imagens de litoral nesses dias.
- Trepar em qualquer água.
- BALLET.
- Me dá um cartão teu e atrás escreve uma carta ?
- Claro.

Fico mesmo em dúvida sobre o conceito de cultura e de arte, pois no fundo, o que queremos é inicialmente o anteparo da grana e depois algum tipo de amor, que mesmo ele, é um anteparo para o sexo, que é um anteparo para procriação, que é um anteparo para o fim do Universo. Me questione se tiver alguma dúvida sobre isso.
Onde você está ?
A mocinha que o amigo me mostra
na tela,
ok, é bonita, parece saída de revista,
o amigo diz que faz muitas coisas
safadas, mas caramba, puta puta
sem graça.
Acho que meus olhos estão graciosamente doentes : um astigmatismo que só faz ver você.
Eu não te imagino fazendo BALLET, mas tu é bem mais gostosa que essas piranhas de Degas. E se é pra mostrar cultura, vamos lá:
SOBRE O NADA EU TENHO PROFUNDIDADES ( Manoel de Barros)
SUAS ASPIRAÇÕES LITERÁRIAS ERAM UMA POLÍTICA E, DE UM MODO DECISIVO, UMA TÁTICA MILITAR( Carlos María Dominguez)
E COMECEI A TRABALHAR NO CAPÍTULO FINAL PARA VALER, ESCREVENDO MILHARES DE PALAVRAS ( 31 de ago-1948- Jack Kerouac)
ESTAVA SENDO EXPOSTO A UMA TENTAÇÃO, MAS POR FIM DECIDI ( Edward Bunker)


Era um dia de sol, eu não sabia o que fazer com minhas palavras, imagens, com teu sexo, que quando pego, me escapa, quando me escapa, me pede, me foge, me banha com vagina e insszçurreições de veias latejantes. Sou uma pessoa de respeito, um médico, oras ! E mesmo assim, teu corpo é inteiro meu fetiche e a ordem das coisas aqui não altera o fim, que é agora mesmo, que é o começo, pois te espero sempre. OBRIGADO.

Eu.

terça-feira, agosto 29, 2006

noir

(postado por Roberta Nunes, embora o meu nome já apareça lá embaixo...)

Lá estava eu.
Vapores estranhos turvavam a minha visão.
Cheiro de cigarros e bebida alcoólica.
Suor.
Perfume barato.
Música alta, abafando o ruído da chuva torrencial que inundava a rua.
Palavrões, piadas obscenas, gargalhadas espalhafatosas.
Nesse pequeno pedaço do inferno, vi você.
Quieto.
Deslocado.
Amor cansado.
Amor, cansado.
Ri, e engoli a minha bebida, pensando nos caminhos obscuros que a vida percorre, nas voltas, nas impossibilidades, naquele corpo desejado que não está na minha cama, na boca que traga o cigarro e me tira o fôlego, no meu copo vazio, no meu corpo vazio.
Pensar cansa.
Fantasiar cansa.
Esperança cansa.
E a chuva não pára.
Caminho pelo meio da rua deserta, madrugada alta, uma buzina e um grito em algum lugar.
Só a rua, a chuva e eu.
Você.
A chuva não pára.
É uma daquelas tempestades que nos dão a sensação de insignificância.
Pode chover pra sempre.
Você, no bar fuleiro, me olhou por um momento, no olho, dentro da alma despedaçada.
Quarto incendiado, kama sutra atirado ao chão, lençóis manchados de batom.
A chuva invadindo o quarto pela janela aberta, encharcando a cama gotejante de suor.
A morte espreitando cada delírio, grito por grito.
Me liga?
Não.
Te vejo de novo?
Não.
Me ama...?
Um olhar enlouquecido.
Amor.
Seu grito, ensurdecedor.
O barulho do tiro ainda reverbera na minha memória.
Não pude toca-lo.

Só sirenes.
E chuva.

"Tenho que encontar meu destino, antes que seja tarde demais..."
Permanent - Joy Division

segunda-feira, agosto 28, 2006

Uma questão de física – escrito em cima da hora por Fernando Alonso

Eu estava aqui pensando na vida, no tempo. Na rapidez com que as coisas acontecem. Tempo, velocidade, deslocamento. Tudo na verdade não passa de uma fórmula física. V = S-so / t-to, V = vo + at, como me ensinaram no colégio, e por aí vai. Mas peraí, não era isso que eu queria dizer. Eu queria saber o por quê de tanta pressa. Por que estamos sempre correndo. Bom, pelo menos eu.
Hoje de manhã eu acordei atrasado. Não sabia exatamente o motivo do atraso, mas tinha de correr. Ah sim passaria na loja da TIM para comprar um aparelho. Banho corrido, café voando e área. Saí de casa reclamando e cheguei na TIM praguejando. Tinha uma feira na rua da loja. Larguei meu carro ali e corri. Chegando lá encontrei a loja sem sistema, e tive de esperar. Peguei a maldita senha e aguardei. Por 20 minutos, meu prazo de tolerância. Passados os 20, saí da loja pior que entrei e fui para o escritório. Tava a-t-r-a-s-a-d-o.
Foi quando eu parei num semáforo e, olhando para meu lado esquerdo, notei uma figuraça. Um indigente, que estava arrumando tranqüilamente suas sacolas para que pudesse sentar. Empilhou lentamente duas delas, tirou a terceira do ombro colocando-a ao alcance dos seus braços, virou e sentou. E nada do trânsito andar. Olhei novamente para ele, que agora observava o movimento enquanto que meu carro chacoalhava. Parecia que havia 3 mulatas do Sargentelli dançando lá dentro, quando na verdade era minha perna que se movimentava. Ansiedade? Bobagem, difícil encontrar alguém nesse estado hoje em dia. Voltei ao mendigo. Usando seu capacete de engenheiro abria o zíper de sua mala de mão procurando algo. Tirou uma sacolinha com o que parecia ser seu lanche. Olhou, esboçou um sorrisinho e guardou novamente o saco. Aí ele puxou outro artefato. Um óculos escuro de plástico, do tipo que se ganha de brinde hoje em dia em casamentos. Então ele abriu os óculos e colocou-os no rosto. Aí sim ele escancarou o sorriso. Nem preciso dizer que metade do time tinha sido expulso né? Ali faltava o centroavante, o meia direita, o quarto zagueiro. Sobrou pouco dente ali. Mas assim como veio, o simpático sorriso também se foi. Havia algo errado. Então meu amigo enfiou a mão na sacola e sacou um pano branco. Bem, não era bem um pano, mas sim uma cueca branca. Retirou então os óculos e os limpou no cuecão. Recolocou os óculos e o sorriso brotou em seu rosto novamente.
Foi quando o sinal abriu e segui meu rumo. As mulatas haviam abandonado meu carro e meu mau-humor matinal havia passado, restando uma dúvida. Guardadas as devidas proporções, porque não posso também parar de correr como um desesperado, chegando ao final do dia nem me recordando do que ocorreu durante ele? Não seria nada mal deixar de comer em 7 minutos, ou em 5 (de pé) sem pensar no que tenho de fazer na hora seguinte. É porra, se um cara sofrido como aquele pode rir e aproveitar uma manhã de segunda ou terça eu também posso, creio. É isso. Vamos aproveitar um pouco mais. Sem desespero que as coisas acontecem do mesmo jeito. Viver um pouco mais faz bem para a saúde segundo os médicos, certo? Certo. Bom, agora que tá tudo resolvido, acho que é hora de correr que to atrás..., digo, hora de trabalhar. Não é só porque falei isso tudo que neguinho vai começar a fazer corpo mole. Já leu o texto? O que tá esperando então, olhaí seu chefe na mesa da frente. Já viu os e-mails? Que horas é sua reunião? Sua secretária tá te chamando, vamos agilizar!