quinta-feira, julho 13, 2006

Eu Vou Te Fraturar a Alma.



O dedo de Deus.

Que Deus ?

Quem perdeu a vida ontem ?

Onde estará a menina do dedo quebrado ?

No meio do inferno. E eu não estou lá para liquidar com os demônios. Ela só precisa se manter afastada das drogas, é isso que eu disse pra ela, que quando começa, não pára, ela bebe mais que eu na época da podreira, como disse pro Ernesto.

Fizeram coisa errada com um cara que era pai de família e outras coisas. Ele morreu. Eu vou ficar em silêncio, olhando à distância quem chora. Preciso de um banho. O mundo precisa de um banho de suavidade. Sou o insensível mais sensível que conheço. Não sei mesmo escrever na porra da terceira pessoa. Foda-se a terceira pessoa. Ela que se esconde. Ela que não age. É hora da ação, gatinha.

Não dá mais pra deixar a porta trancada. Vou deixar aberta. E com um aviso:

ENTREM NA MORTE, SEUS BOSTAS.

Alguém quer ver meu fim ?

Me liga. A gente marca uma parada.

019-91798567

Mas aviso: você vai morrer. Curta. Beba. Foda. Pois será a última vez que fará essas coisas.

Eu estou sóbrio e tal cara de "eu não vou me fuder" a cada dia está mais colada sobre meu crânio duro.

Vem mesmo. Vamos brincar de soco na boca e espada na sua carótida.

Quando eu a abracei pela primeira vez, senti a dela pulsando e sabem como é, sentir isso é uma coisa extremamente excitante.

Água na boca.

Agora é cuspe com sangue.

O meu sangue misturado com o teu.

Venha homem, mulher, gay, monstro. Não interessa. O que posso tocar posso amar ( aqui as pessoas "sensíveis" vão dizer: - é o que deve fazer, lindo...), posso detonar. Comer as vísceras sem limpar a merda. Vocês não imaginam o cheiro de merda que está essa casa. Minha, dos animais. É isso aí. Meu ambiente. Meu habitat.

Entre, canalha.

Ouvindo Nick Cave. No tal dia internacional do rock. Bela bosta. São 16 faixas. O tempo pra que eu possa fazer tudo que planejo contigo.

Vocês me pedem força, putos ?

Então chupem a cabeça latejante do meu pau. A pressão é grande.

Quero que a sua doçura se foda redondamente,

e olha aqui, paizinho,

vou te caçar em Brasília. Acione a polícia. Não vai adiantar. Descobri seu endereço residencial. Asa direita. Fácil. Mas você não quer a polícia. Tem teu advogado viado e cheirador.

Eu sei que ameaça é crime.

Eu sei que eu sou um criminioso.

Mas você é pior.

Leva as vagabundas pro endereço na Asa. Sei. Uma vagabunda vai te achar. E te levar pra lá. Ela é das minhas. Antes que você possa fechar a porta do seu pecado, vai ver meu rosto, ela vai sair da frente e você vai ver o teto mofado. Será sua cabeça girando e girando, espirrando sangue...ops, acabou de tocar o telefone e desligaram na minha cara, quando gruni "alô".

Será um dos seus matadores ? Estou esperando. Querem sabem se estou em casa. Estou. Será a piranha que me quer pra vida dela ? Que me prometeu um tiro na testa ? Venha, biscate.

Eu vou fraturar seu dedo. Como fizeram com a menina mais bonita das cidades.

Beijos.

terça-feira, julho 11, 2006

Meu pecado


(confessado por Roberta Nunes, hoje, sem máscaras e doida pra queimar no mármore do inferno...)

Quebrei a ampulheta.
Tentei, com todo o meu coração, segurar a areia que teimava em escapar pelos vãos dos dedos úmidos.
A areia se misturava ao sangue que escorria dos meus pulsos cortados.
Não tive pena.
Juro!
Aprendi, bem cedo, a não confiar.
Nunca acredite em nada.
Nunca fale com estranhos.
Nunca chupe manga e tome leite ,embora suco de manga com leite seja bem bacana, e eu detesto maga, mas adoro leite.
Achei engraçado ver a mistura no chão, a mancha rubra se espalhando, salpicada com a areia amarela.
Confiar foi o meu erro.
Acreditar foi a minha condenação.
Percebe?
Por dias, meses e anos, eu olhava e pensava: Yeah, tá tudo certo!
Agora, vejo torres caindo, as páginas dos livros ficarão manchadas, já que eu coloquei todos no chão, formando um círculo à minha volta, um círculo mágico, um círculo de poder.
Pra me proteger da minha loucura.
Pra conter a torrente insana de fúria que me toma a alma, a vontade enlouquecedora de explodir arranha-céus, atropelar freiras, quebrar a minha promessa e me empaturrar de chocolate.
Não tenho livros de filosofia, nada de Proust ou Nietzsche.
Não entendo nada disso.
Faço amor e faço guerra.
Não vou deixar toda essa areia escapulir pelos meus dedos cheios de anéis de prata e pedras brasileiras.
Não vou deixar todo esse sangue fluir pra longe das minhas veias cansadas, em direção aos livros da minha vida, encharcadas de suor e lágrimas e memória.
O pôr-do-sol trouxe consigo uma vontade
louca
de vida-clichê.

domingo, julho 09, 2006

SEMPRE COMIGO.


Domingo musical em cinco atos.


Música tema do final de "A Viagem de Chihiro"

3

"Em algum lugar, uma voz chama
do fundo do meu coração
que eu possa sempre sonhar,
os sonhos que movem meu coração
Tantas lágrimas de tristeza,
incontáveis lágrimas rolaram
Eu sei que do outro lado,
eu encontrarei você
Toda vez que nós caímos no chão,
nós olhamos para o céu azul lá no alto
Nós acordamos para a sua imensidão azul,
como se fosse a primeira vez
Como o caminho é longo e solitário
e não enxergamos o fim
Posso abraçar a luz
com meus dois braços,
Quando digo adeus, meu coração pára,
com ternura eu sinto
Meu corpo vazio e silencioso
passa a ouvir o que é real
O milagre da vida,
O milagre da morte
O vento, a cidade, as flores,
todos nós dançamos em união

Em algum lugar, uma voz chama,
do fundo do meu coração
Continue sonhando seus sonhos,
nunca deixe eles partirem

Por que falar das suas tristezas
ou sobre as angústias da vida?
Deixe teus lábios cantarem
uma linda canção para você
Não esqueceremos a voz sussurrante
em cada lembrança ela ficará sempre
para guiar você
Quando um espelho se quebra,
estilhaços se espalham pelo chão
lampejos de uma vida nova,
refletem-se por toda parte
Janela de um recomeço,
silêncio, nova luz da aurora
Deixe que meu corpo silencioso e vazio
seja preenchido e nasça outra vez,
Não precisa procurar lá fora,
nem navegar através dos mares
Porque brilha aqui dentro de mim,
está bem aqui dentro de mim
Encontrei uma luz, está sempre comigo"


Música: Itsumo Nando Demo - 2004

Intérprete: Yumi Kimura - 2004


Obs: Quem quiser ouvir a música é só me pedir por e-mail:

gataguu@gmail.com