Vida de Três, Vida de Todos.

Sim, a imagem é linda. Tão linda que te assusta. Os 3 estão correndo atrás de você e você foge, em lágrimas.
Jules e Jim.
Causou furor mundial. O livro está saindo agora. Frases curtas, autobiográfico. Ele amava as mulheres. A própria mulher se divide entre homens. De tanto amar, assim deixou que fosse.
A linda Moreau.
Precisa ver a cena da praia.
Depois, os americanos refilmaram. Sem comentários.
A beleza de cada ser humano respeitada pela via da alegria.
Chega de Saudade. O que permite a sua liberdade ?
Não fuja.
Os homens te amam. Sim, claro que tem tragédia no final, apenas para realçar ainda mais a tocante dramaticidade primaveril. A delicadeza sensual. São lábios que brincam e se tocam em sorrisos, quem sabe beijar, sabe sorrir beijando.
Como é bonito.
Não tem desespero de amar, essa coisa gemida na ante-sala. Não. É piano. O tempo todo, quem sabe Debussy.
Nouvelle Vague.
Tivemos nossa Dona Flor. Mas que me perdoe, não chega aos pés. Seios de Sônia Braga, tudo bem, mas como é perfeita a Moreau. Vestida. Mesmo que com roupas masculinas, afinal, amor mesmo é andrôgeno.
A cena das bicicletas, na estrada, na serra vazia, parecem levitar, os três amantes. E levitam pela sedução dos olhos. Somos observadores atentos. Até sonolentos: convite ao sonho.
O autor ganhou um prêmio: lata cheia de ostras.
Não poderia ter sido melhor.
A degustar com todas as línguas, o sabor venéreo, a concha travada no clitóris da pérola.
Amanhecem amantes com o grito do padeiro. Pão quente e brincadeira com travesseiros, na ingenuidade literal dos anjos.
No arroubo (não confunda com desespero) de se lançar pueril sobre os corpos queridos. Trançar de coxas, avançar dedais. Pés suavizando, unhas, na panturrilha.
Enquanto um dorme, dois acordam, três acordam, todos acordam.
Acordes.
Sinais de alguma farra bebedeira poética na noite anterior. Toda dor de cabeça pode ser curada com massagem à quatro mãos.
Balé.
Piano.
Sombras penetradas pelo sol.
Perpetuadas pela rotação dos volumes que giram e giram de dente em dente, de leve, onde se fura o mamilo, é divino.
Volte para a imagem, vamos.
E pense na mesquinharia do teu medo.
Beijos.