Para DANIEL F.

Dia desses, eu e Giselle Marques fomos jantar no Fran's Caffe e lembramos de Daniel.
Ele foi a inspiração inicial para o Projeto Morte Doce.
Pois ele era doce.
Gi achou que eu quisesse comê-lo.
Nada disso. Outras intenções.
Vimos Dani mais duas vezes e depois ele partiu pra Amazônia, organizar luta armada contra os EUA com uma metralhadora que o pai dera de presente.
Ontem, jurei ao próprio Dani que falaria dele.
Dani: apartamento, tive que entrar pela janela, tremenda fumaça, e ele falou em pessimismo. Ontem falou de novo nisso. Me arrepia agora. Juro. Tá certo que tô ouvindo Pink Floyd e que em minutos estarei dentro da mulher que amo.
Mas, Dani, larga mão desse pessimismo.
Bonito, inteligente, puro.
Ingênuo, até.
Um rapaz, um jovem, mais jovem que eu e Giselle, ontem o chamamos de filho.
Meus filhos não são pessimistas.
Temos uma foto juntos,os 3, no derradeiro encontro: www.editoratabu.zip.net
Vejam como é lindo.
Não desejei comer a bundinha dele, pois prefiro outras paradas, e agora, todos sabem, uma só parada.
Mas ele está Apocalipse Now, dominando as selvas, espero que mate o Bush e crie uma nova raça de gente legal.
Cabelo de índio ele já tinha.
Rabisquei todo o texto dele.
Onde que meti isso ?
Alguém (me) viu ?
Se ele estivesse por perto e acessível, iria pedir pro Ciro convidá-lo no lugar da Adilma.
Mas o MSN pega mal lá na barraca.
Quando a gente se viu pela primeira vez, falamos de paixão.
Premonição ?
Gosto de pensar que sim.
Ele não é Cristiane F, nunca se deixaria prostituir.
Mas da metralhadora, vejo rosas, nunca balas de matar gente.
Mesmo os carraspetas gringos.
Dani: faz filho numa gringa peituda.
( Tome um Engov antes e um depois )
Dani: estou com uma câmera digital porreta. A gente ia se divertir, cara. Putz, imagina só ? Sair por aí, noite adentro, flash, registrando suicídios por amor, e renascimentos pelo mesmo motivo. Perdão não falar de política, mas deixei essa vida. Saca a gente rodando no Renault da Giselle e policarpando bandeiras genuínas nos olhos lacrimosos das damas da madrugada, perfumadas e venenosas com a seiva do vírus cego...algo meio Saramago, se ele não fosse um velho chato e genial.
I wish. You. Here.
We.
Quando fizer amor hoje, não vou estar pensando em você, mas agora estou, sou teu irmão, teu pai, teu próximo. Sinta minha mão no teu joelho, apertando coragem e otimismo realista. Coloque a cabeça no meu ombro forte. Vou te fazer cafuné e comer teus piolhos.
Sei lá, quando der, aparece aí.
Eu e Giselle estamos com saudades.
E as Campineiras te desejam em sonhos molhados. E os caras temem perder suas garotas pra você. E as garotas pensam em abandonar seus caras por um Herói Vivo.
Serei seu Castaneda, amigo Che.
Como Giselle será minha Gertrude Stein.
Um abraço dos Desterrados.
Somos cagões das letras.
Você não, foi pra guerra.
Te amamos.
Até breve na batalha.
PAULO CASTRO.