quinta-feira, julho 20, 2006

FELICIDADE.


Parece que as pessoas estão encontrando a felicidade, a alegria, a amiga me procura e diz:
- Parece que a vida me sorriu.
Que bom, querida.
Era preu escrever em terceira pessoa hoje, mas alegria é em primeira, primeiro lugar, sei que é um troço meio nojento, grudento, açucarado, também não gosto, mas fazer o que se é o que sinto ?
Auto-ajuda não é comigo, mas auto-destruição também já era. Fizeram fotos bem bonitas de mim, atrás da vidraça, a cidade, amigos me observam com olhos benfazejos, que me melhoram, me deixam quase bonito.
Não existe calmaria na madrugada, mas ontem eu estava calmo, som ligado no escritório, luzes apagadas, solidão boa de sentir. Chapação com poesia. Café da manhã com coca-cola, tudo bem, só preciso ir logo ali comprar Halls.
Sinto uma imensidão que me excita sexualmente, uma espécia de cio por que passo, não tem jeito, me resta gozar. Pessoas antigas que voltam com outra roupagem, pessoas que chegam trêmulas de um orgasmo dedicado.
Algo de luxúria sim, mas com luxo.
Alguém diz que aposta & etc que sou gay, pois disse que desejava o Selton Mello.
Risos.
Como é bom mexer com a libido e a imaginação alheia !
Não sou gay, longe disso, mas tomo a causa GLS como algo meu, um mundo feliz, mondo loco.
Escrevo com musas e em nome da segurança, abdico de algumas, ao menos na literatura, prefiro inventar personagens e que são partes minhas.
Musas me guiam na escuridão e me protegem dos olhos mórbidos da menina, no quadro.
Ontem, já hoje, tive alucinações.
Nada ruim, pelo contrário, não são mais os insetos que me incomodam, mas uma raiz do tempo, que começa lá longe e se insere em meu peito, como algo muito, muito bom.
Querida, será que você consegue parar de reclamar da vida ?
Não é difícil. É só tomar banho de lua.
Descubro, por outra amiga, em que lua nasci.
Era quase cheia, quase lobisomen, e ela me diz que não sou vampiro, isso é bom,
estou mais pra lobo, que mata por justiça.
Enterro meus mortos na terra desterrada.
Que o vento leve a poeira e a areia das roldanas cerebrais.
Afundando memórias no deserto, na delicadeza de um poema de Manuel de Barros.
Sexo é unicidade. É para com uma pessoa. Sempre, as canções dizem: "Você".
Sexo é umidade.
Vertigem quente de Halls extra-forte.
Arrepio na espinha numa declaração de amor gemida.
Metáforas e Metonímias transam entre si, trocando figuras de linguagem.
O prazer do texto, Roland Barthes.
Olhar o teto vendo os carros que passam em luzes filtradas pela persiana da minha casa.
Biografia de Sílvio Santos em promoção na livraria é bom presságio de que as pessoas estão um pouco, assim, deixando a idiotice de lado.
Naufrago num quarto escuro.
O navio afundando no horizonte.
Pétalas sobre ursos de pelúcia.
Imagens do dia e do pôr-do-sol.
Tudo gira e gera sem parar.
I can´t stop, baby.
Shake your body.
Do you like me now ?
Do you like me now ?
Do you like me now ?
Do you like me now ?

"Pela estrada afora eu vou com alegria e uma aventura...tudo que eu carrego é o meu Destino".
(Lobão)

Cair na estrada, coragem, vamos cair na estrada.
Se não hoje, amanhã, ou depois.
O importante é ir.
Sorrir.
Nunca fiz uma viagem triste.
Minto: houve uma, um retorno ao paraíso com data de validade vencida, chuva e dominós.
Mas mesmo assim, não foi perdida.
Foi só relaxar e olhar gotas gotejando das folhas enormes e venenosas.
- Estamos velhos, né Dimitri ? As meninas já não se importam com a gente.
- Sim. Estamos diferentes, Paulo.
- Quantas vezes já ouvimos esse cd da Marisa Monte ?
- Perdi as contas.
- Acho que as peças desse dominó estão faltando.
- Sim. Na última vez que você veio aqui, enterramos peças sob a areia da praia, enquanto as meninas dançavam ao nosso redor e a polícia atirava para o céu, e você perdeu sua sapatilha chinesa.
- Eu me lembro.
- Posso colocar a faixa 3 de novo ?
- Claro, Dimitri. Meu irmão. Outro Castro.
É.
A gente tinha sonhos e um porrilhão de planos.
Quando ele partiu, eu o abracei e choramos juntos.
Areia cobrindo tudo, e revelando abrolhos, outras felicidades, outros termos de alegria.
Minha cueca samba-canção está enferrujada, mas ao menos voltou a servir.
Acho que só falta um botão nela, isso aqui está mesmo indecente.
Que legal.
Deixo pra fora e faço carinho.
Minha história em cada dobra,
látex-pergaminho.
Mas agora realmente preciso ir comprar Halls.
Extra-forte.
Beijos.
Felicidade é pra quem tem, truta.

terça-feira, julho 18, 2006

A fogueira dos mitos


(incinerado por Roberta Nunes, eu mesma.)

Certa vez, disseram pra ela que a fênix renascia das cinzas.
Claro que ela não acreditou.
Foi perguntando, perguntando,
e de migalhas de informações daqui, pontos de referência dali,
ela finalmente descobriu.
A tatuagem que trazia nas costas era isso,
uma fênix negra envolta na própria plumagem.
Mas, a que trazia no coração era,
na verdade, vermelha e dourada, feita do fogo do sol.
Uma ave de cada vez podia viver no mundo.
Seu canto era lindo e melodioso,
e triste no fim da vida.
Símbolo eterno da morte e do renascimento.
Um ninho de mirra, nardo e canela no alto de uma palmeira
era túmulo e berço.
Perfumes e óleos preciosos eram o alimento.
Um bater de asas pra chegar até a Grande Cidade do Sol,
e sepultar as cinzas do pai morto,
de onde havia nascido.
Carregar a vida não era tarefa simples.
Manter a fome longe.
A fúria afastada.
A loucura, sempre ali, na esquina.
O mito vivo, pulsante.
O basilisco.
O unicórnio.
A salamandra.
O dragão.
Trazia cada um deles no sangue,
no fervor do seu sangue de donzela,
na ponta da espada prateada.
A moça morena ficava cansada cada vez que não tinha escolha.
A moça morena ficava cansada cada vez que era arrastada pela correnteza.
Sentia a vida escorregar.
Sentia o gosto se perder.
Morria, e morria.
E só.
Decidiu renascer.

p.s.: tá, eu sei que às vezes esse cara é chato, não tem nada de novo aí embaixo, mas acho que vale a pena uma lidinha...

“Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e nem promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de uma criança e não com a tristeza de um adulto.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanha é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando, e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança, e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá peço resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem tem da vida.
E que bons os amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar os amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa ou nada e terão bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa...
Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a ultima vez que a vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influencia sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar à pessoa que quer ser e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo e se você não sabe onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita pratica.
Descobre que algumas vezes as pessoas que você espera que o chute quando você cair, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a se perdoar.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento coordenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára pra que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar...
Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe...
Depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante a vida!"

Manual de Sobrevivência - Willian Shakespeare


segunda-feira, julho 17, 2006

SEMPRE COMIGO

"Que seria de nós
sem ancoragem
no tempo que esgarça e destrói ?

Que seria de nós
sem nossos baús
de saudade
e choro ?

É a fotografia que segura relógios,
retorna calendários,
faz do passado presente,
num instante.

Fala do retrato denunciador,
da esperança sumida,
dos amores acabados,
cujas caras
não mais nos tocam."

Luis Humberto Miranda Martins Pereira



Felicidade. Uma fotografia tirada num domingo de sol e frio.
Lembrança de um momento que dura um instante de tempo e morre.
Fotografo para aprender a lidar com a perda.
Perda trágica.
Fotógrafo frustrado.
Impotente em deter os rumos dos acontecimentos se contenta em contemplar a sua não arte perante a morte.

O assassino de todos os tempos, conhecemos bem.

Mais poderoso do que todos nós juntos, a evolução tecnológica ainda não aprendeu a aprendê-lo devidamente, apesar da moderna sociedade industrial ter desenvolvido uma arma para se vingar: o revólver é uma câmera digital.

Aquilo que o tempo tenta tirar de mim, imprimo quantas vezes quiser. Colo na parede, no quadro, na camiseta. Faço um pôster, publico no jormal, na revista. Converso em silêncio com a fotografia. Ela estará para Sempre Comigo.

O moço que passa apressado sou eu, em busca de algo que o salário não compra. Já não tão moço, convencido de que a juventude nos ilude, apenas caminho com minhas calças de moletom enquanto observo pessoas dançando pela avenida com vestes coloridas e instrumentos de fazer alegria nas mãos. As mesmas que seguram a criança para se juntar ao grupo sem pensar nas horas.

MInha pressa nunca deixou que os notasse antes de ter presente e passado registrado nessa fotofelicidade que não me pertence.

Fotografia: meu memory card guarda lembranças de um momento que não existiu para mim porque não deixei que existisse. Hoje choro saudades nunca antes reveladas.

Felicidade: está tão perto que dá medo chegar junto. Bicicleta, carro, avião. Se não tiver nenhum dos três, uma carona de caminhão. Pré-requesito: coragem.

Morte: Inevitável.

Fotografia, Felicidade e Morte: o trio viaja fazendo seus registros, atirando contra o tempo. Até o comando da última impressão estará Sempre Comigo.

domingo, julho 16, 2006

DIGAM VOCÊS:
























BEIJOS.

PAULO.

BEDROCK ANTHEM




Domingo musical em cinco atos.

4





Sometimes I feel
Like I need a vacation
Sometimes I feel
Like I wanna go
To the city of cavemen
The city of Bedrock
I'd be a Flintstone
Now I'll tell you why....

Well I've got I've got a woman named Wilma
Well I've got I've got a baby named Pebbles
Well I've got I've got a doggy named Dino
We do a little bowling and we drink a little vino

Well I've got a little buddy, Barney Rubble
Got a neighbor by the name of Barney Rubble
He's a midget but he makes a lot of trouble
Does'nt like to shave, he got caveman stubble

Me and Barney, Loyal Order Water Buffalo
Lodge brothers, Loyal Order Water Buffalo
There's a handshake everybody gotta know
How come Grand Poo-Bah always gotta run the whole show?

Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
I get by on all my prehistoric knowhow

Betty and Barney got a baby named Bamm-Bamm
Little Pebbles is his number one fan
He's the strongest toddler in the whole land
Tear your arm off if he shake-es your hand

Got a car, gonna push it with my feet now
Gonna take my family out to eat now
Jumbo ribs at the drive-in can't be beat now
Made from brontosaurus baby, not moo-cow

Wanna chill with a sabre-toothed tiger
Wear a loincloth, natural fiber
Be the first Rolling Stone subscriber
Got a pterodactyl for a windshield wiper

Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Don't know what it means but I say it anyhow

Lucky me, workin' down in the gravel pit
Movin' rocks, on a big dinosaur I sit
Mr. Slate gets mad and he throws a fit
Pull the birdie's tail, everybody knows its time to quit

Realize I'm livin' in the Stone Age
No fax, no cellular phone-Age
Pick my teeth with a dinosaur bone-Age
Liftin' heavy boulders every day for my wage

Barney Rubble, laugin' like a hyena
Barney Rubble, what a little wiener
Where's Wilma? Anybody seen her?
Got a baby elephant vacuum cleaner

Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now
Yabba dabba, Yabba dabba dabba do now

Composição: Paródia de "Give It Away",
do Red Hot Chili Peppers (com início de "Under The Bridge")

Por Weird Al Yankovic