As surpresas da vida
(postado por Roberta Nunes, ainda embriagada...)
Conheci um cara.
Onde?
Num lugar insólito: um baile.
É, um baile.
Desses que o pessoal que curte dança de salão vai.
Tá, não é meu estilo, eu sei, mas, foi estranho.
Parecia que nada dava certo, e tudo indicava que o caminho era aquele.
Entrada.
Balcão.
Mesa.
Assédio.
E eu vestida de gothic girl, vestido preto, meia-arrastão, bota.
Carência.
Vontade de beijar alguém.
Abraçar alguém.
E, de repente, surge um fulano, com cara de cachorro que caiu da mudança, mais deslocado do que eu ( pelo menos, eu sei dançar...).
Cerveja vai, cerveja vem, Alcione vai, Bruno e Marrone vem...
E, foi inevitável: aconteceu.
Rolou o clima.
Rolou mão-na-mão.
Rolou beijo.
Rolou motel.
Eu não sabia o quanto estava precisando.
Não só do pênis.
Do carinho.
Do beijo
Do olho-no-olho.
Do banho, junto.
Das coisas que não confidenciamos pro nosso melhor amigo, mas que um estranho ouve com toda a atenção do mundo.
Da coca-pós-porre.
Do número do telefone dado.
Será que ele liga?
Será que tem uma esposa?
Tem uma ex?
Será que ama uma moça?
História confusa, que o sol das sete mistura à coca-cola e ao secador de cabelo.
Amei um homem, pela eternidade de uma madrugada quente.
Amei meu reflexo, escovando os dentes num quarto de motel pela manhã.
Meu deus, tenho amado a loucura nos últimos tempos...
(vide posts anteriores)
"Os poetas têm feito maior mal à espécie humana com as suas fábulas e ficções do que os filósofos com as suas teorias e abstrações" (Marquês de Maricá)