terça-feira, outubro 17, 2006

Suspiro, noir, cerveja gelada

Sempre gostei de estar apaixonada.
E fico assim, curtindo esse êxtase, muitas e muitas vezes, por muito e muito tempo.
Não é fácil.

Mas, seria impossível imaginar outro tipo de vida.
Uma vidinha pacata?
Uma vidinha sem-graça?
Uma vidinha sem montanhas-russas de sentimentos?
Sem avalanches de sensações?
Sem tsunamis de beijos proibidos?
Sem viagens loucas?
Não.
Nem pensar!
E, tentem adivinhar?
Me apaixonei de novo, háhá.
Ou seria, de novo, e de novo?
Um romance antigo? Alguém que voltou (e que nunca foi, na verdade )?
Alguma cicatriz deliciosa que teima em não parar de verter sangue e tesão e doideiras na madrugada?

Os nossos sonhos sussurrados, e as pilhas de livros deslizando pelos tapetes.
Aquela história que não terminei de ler não me sai da cabeça...
Quem sabe a Morte, da próxima vez?
Acredito que a minha próxima tatuagem seja uma espada.
Medieval.
Ou bárbara?
Sem simbologias cristãs?
Não sei ainda.
Só sei da marca que trago no coração.
E das malditas agulhadas que o ciúme insiste em espalhar pela minha alma.
Mas, não posso.
Tenho o espírito livre, e o meu direito é o seu direito.
O meu caminho, não é o seu.
E as minhas amarras são suaves tiras de seda, e os lençóis são linho puro, e a luz translúcida do abajur não me deixa fingir.
Eu tenho o dever de procurar em outros, e não ser eu mesma.

Uma Grace Kelly, num filme qualquer de Hitchock, lânguida e linda, sendo atravessada pela mais cruel espada, aquela que nega, nega e nega o amor, e depois despeja todo vinho do espólio em taças de prata, e derrama tudo sobre o corpo suado, numa erupção de gozos impossíveis, com dragões brincando de gangorra pela espinha.

Essas ondas de paixão me embriagam.
Me fazem dizer, em altos brados: danem-se.
Grito com toda a força dos meus pulmões: danem-se.
Foda-se, foda-se, foda-se.

(doutor, essa loucura é o quê, afinal?)

Olhar pra trás, quando o meu táxi vira a esquina, foi muito dolorido.
Olhar pra trás, quando o seu táxi me deixou no metrô, foi muito dolorido.
A diferença é que na minha partida, o dia estava ensolarado.


"Don't you fucking know what you are?
Com'on get back to where you belong!
You better take a good look 'cause I
'm full of shit
With every bit of my heart
I've tried to believe
You can dress it up, you can try to pretend
But you can't change anything in the end"
You Know what you are? - Nine Inch Nails


"Porra, você não sabe quem você é?
Venha cá e volte para onde você pertence
Você dá uma boa olhada porque estou cansado dessa merda
Com todos os pedaços do meu coração eu tento acreditar
Você pode vesti-lo, você pode tentar fingir
Mas você não pode mudar nada no final"
Você sabe quem você é? - Nine Inch Nails


Roberta Nunes
17/10/2006

7 Comments:

At 6:31 AM, Blogger Paulo Castro said...

Lindo, Ro.

Como poucos. Real. Forte.

O fato é o seguinte: o que tem que acontecer...acontece mesmo. Isso não é misticismo, é algo da linguagem. Acontecer pensa em "acontecimento", como é repetição falar de "baseado em fatos reais". Fatos são reais. Sabe disso. Sabemos. E fatos criam coisas que apenas oc covardes abafam. Coisas foram plantadas. E o tempo rega com saudade.

Beijos.

 
At 4:05 AM, Anonymous Anônimo said...

que texto clichê.fraco muito fraco!

 
At 5:15 AM, Blogger Roberta Nunes said...

Márcia
você leu.
é o que importa.

 
At 7:34 AM, Blogger Feffers said...

Oi Ro!

Gostei da idéia da espada. Não tenho nenhuma tatoo, mas poucas idéias me fazem pensar em uma. Essa é uma delas. QUem sabe uma espada bastarda? :))
E viva o amor!

Bjo

 
At 3:43 PM, Anonymous Anônimo said...

muita chata essa roberta!argh

 
At 7:21 PM, Anonymous Anônimo said...

Roberta, é a primeira vez que visito o blog. Adorei. Estarei aqui mais vezes. É incrivel como temos que perseverar por caminhos tortuosos da escrita e do leitor...
Continue. Mais e mais.
um beijo, Vanessa

 
At 12:30 PM, Blogger Gata Guu said...

Oi

Oi Roberta,

Ainda nao tive tempo de ler. Farei assim que possivel, mas nao posso deixar de comentar a foto da minha amada, da minha heroina que voce usou. Eu a amo. Ela e minha.

Beijao,

Adilma

 

Postar um comentário

<< Home