Meu sonho de consumo

O cara tinha uma espada.
Enorme, devia ter metro e meio só de lâmina!
E o punho? Cravejado de pedras preciosas, eu acho (hoje em dia, que sabe reconhecer jóias?), cheio de entalhes de animais e mulheres nuas, devia ter uns quarenta centímetros!
Mas, o mais impressionante era o próprio cara.
Rígido.
Maciço.
Parecia feito de pedra.
Andava pelas ruas como se fosse a coisa mais normal do mundo um fulano de tanga e sandália de couro, longos e lisos cabelos negros e olhos azuis gélidos, entre os carros e as multidões de São Paulo.
E ninguém ligava!
Deve ser comercial de tv, alguns comentavam...
Mas não.
O maluco continuava vindo atrás de mim, eu corria e ele caminhava, e mesmo assim, a distância era curtíssima.
Eu nem sabia direito porque corria.
Eu nem sabia do que fugia.
E aquela estátua viva na minha cola, os olhos cravados em mim, certeiros.
E aqueles músculos?
Todos trabalhando em conjunto, e dava pra ver cada um deles se movimentando. E a imaginação, apesar do pânico, corria solta.
Eu corria e pensava no quanto aqueles músculos poderiam se movimentar.
E, finalmente, senti uma mão, dedos fortes se fechando sobre o meu ombro, e meu corpo sendo simplesmente erguido do chão e jogado pra cima, feito um saco de batatas.
Ninguém na rua se mexeu pra me socorrer, por mais que eu gritasse e esperneasse.
Quem ia se meter a besta com um homem daquele tamanho?
Não sei como, fomos parar numa tenda enorme, cheia de tapetes, sedas e armas penduradas, e incensos queimando em algum lugar.
Depois que a minha voz já tinha sumido junto com a minha dignidade (ser carregada dessa forma deixa qualquer um humilhado), percebi que estava deitada numa cama gigantesca, forrada de peles, e era encarada de cima, bem de cima, por um par de olhos magnificamente honestos.
E, sem uma palavra, o tal cara veio pra cima de mim, uma montanha de força incrivelmente flexível, e senti, como nunca antes, o tamanho que a paixão de um homem pode ter...
Aí o maldito relógio despertou, e era hora de ir pro trabalho.
*esse sonho aconteceu há cerca de uns dois meses, depois que eu passei a madrugada lendo o livro do Conan que um amigo me deu de aniversário.
como não deu tempo de escrever um texto fresquinho (já que esse foi escrito logo depois do sonho), pelo menos é inédito.
5 Comments:
intenso, roberta, intenso.
humilhada para depois amada? rs
espadoso sonho... espadoso desejo!
beijos, gi
hahaha Conan Rules.
Legal Ro!! e ainda bem que não fui eu quem sonhei com o cimério gigante! Afinal, quem ele quiser pegar não vai ter muita escolha...
:-P
Beijo!
Que espadão !
Mulhres: na falta de um espadão de escroto esmeraldino,
comam um empadão !
Conan, o mestre-cuca.
"Olhos magnificamente honestos"?
Esse sonho não é brasileiro, né?
Um sonho e tanto, Roberta!
Deve se bela a junção
*gigante de pedra, paixão e olhos honestos*...
Beijão.
Cecília.
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