Curto e grosso

Escrito por um Fernando Alonso mau-humorado e se recompondo de uma pneumonia...

Bom, já ouvi em todo lugar gente comentando sobre as eleições. Eu não falei nada. Ainda.
Nessa época do ano esses caras-de-pau tentam evocar o lado patriota de cada um de nós. O problema é que não sei se tenho mais esse lado.
É bem verdade que anular, ou votar em branco só piora as coisas. Porém, ouvir aquele monte de ladainha e continuar vivendo para pagar conta é complicado. Pequenas empresas que recebem apenas para pagar dívidas (como a minha), somados aos circos do show do mensalão, e a máfia dos sanguessugas dentre outros, são algumas das coisas que fazem a gente perder a credibilidade no país. E a CPI? Para que serve mesmo? Não me lembro de ver ninguém sair dali caçado ou preso. Aliás, o dia mais emocionante da CPI foi ver o Marcola desmoralizando os deputados inquiridores. É, ta tudo errado.
Meu pensamento mudou. E acho que não há lugar pra herói mais. Aliás, segundo um belo livro que li sobre a história da Guerra do Peloponeso, heróis são reconhecidos por seus túmulos.
Isso quer dizer que vou desistir? Não, tem muito por que lutar ainda. Mas eu tenho minhas preferências. Famílias e amigos em primeiro. Se sobrar, um pouco para o país. Afinal, não me lembro do que fizeram por nós até agora. Lembro bem o que meus próximos fizeram por mim. É tudo na base da reciprocidade e do amor. Não tá sobrando muito tempo para patriotismo. Esse mesmo livro diz outra coisa bem interessante: Que apenas o patriota e o tolo servem de graça. E vou me lembrar disso.